XI
SOBRE PEDRA, SÓ AS LOUCAS METAMORPHOSiS LEVANTAM VÔO... ...ENTRE E SAIBA-SE BEM VINDO A ESTE VÔO
terça-feira, 24 de outubro de 2006
XI Poema in : "POEMAS MALDITOS,GOZOSOS E DEVOTOS"
XI
terça-feira, 10 de outubro de 2006
AINDA...
Ainda que nada
se faça pronunciado
como se longas
mãos
cálidas
pendessem
desmaiadas
pelas pontas
nas fronteiras
dos punhos do silêncio,
abelhas frias
ferroteiam
arrepios
sob a lã
à beira
de rubra lenha.
>*<
Na conjuntura
em que lua nova
e a derradeira
terça de junho
se olham,
despedem-se
do canteiro
a última folha
do tinhorão
machetada
de vermelho
os casais
de andorinhas
os aguaçeiros
o gasto ancinho
e um regador
de jorrar sonhos;
mesmo que ainda um
roer
se repita
no fundo
do plexo-solar
lá, no oco
da barriga
velha fisgada
se arda, monótona
tal fosse
vigente
um verão
nos trópicos.
>*<
Enferrujam-se
no tom cobre-rangente
do desuso
os gonzos do portão;
embora sempre ilumine
branqueie o degrau
desvende curva
e rachadura,
a luz acesa
ainda, aquela
no alto, na aléia
e sobre o mato
cobrindo o chão.
>*<
IMAGEM:
Foto de Dirk Vermeirre
LEMBRA DE MIM ¨¨¨¨ Letra: Vitor Martins ¨ Música: Ivan Lins ¨ Cantam: Nana e Dori Caymmi
"A vida não é o que foi,
mas o que lembramos dela".
Gabriel Garcia Marquez
>*<
LEMBRA DE MIM
Lembra de mim
dos beijos que escrevi no muro
a giz
os mais bonitos continuam
por lá
documentando que alguém
foi feliz.
>*<
Lembra de mim
nós dois na rua provocando os casais
amando mais do que o amor é capaz
perto daqui, ah! tempos atrás
>*<
Lembra de mim
a gente sempre se casava ao luar
depois jogava os nossos corpos no mar
tão naufragados e exaustos de amar.
>*<
Lembra de mim
Se existe um pouco de prazer em sofrer
querer te ver talvez eu fosse capaz
perto daqui, ou tarde demais
>*<
Lembra de mim...
IMAGEM:
"Open prision"
foto de Dirk Vermeirre
no sítio pbase.com
domingo, 8 de outubro de 2006
Memórias de um jardim...
"The Snake Charmer"
de Henri Rousseau
sábado, 7 de outubro de 2006
Meio-Termo * Letra: Antonio Carlos F. de Brito/Cacaso Música: Lourenço Baeta Canta: Elis Regina
Aparição amorosa * Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 5 de outubro de 2006
Le revê d'Yadwiglia
domingo, 24 de setembro de 2006
A caminho do tricentésimo sexagésimo grau...
sexta-feira, 22 de setembro de 2006
'manhecer, um gosto...
domingo, 17 de setembro de 2006
A*VIV[a]lua*nas*brumas
Era A VIV[A]Lua*nas*brumas...
Dedicado à Veridiana
Se a hora chama-se
por: noturna,
mas o olho, todo ele
- por inteiro -
não se fez dormente,
por instantes
- exatos - em que a face
cheia reflete
o alvo puro da prata,
e vêm junto
desvelando-se - nascem -
cintilantes,
do mistério vazado
- pelos poros -
coloridos nevoeiros
desprendidos
da pele, do mais fundo
- das funduras -
do rosto, corpo, âmago;
aí então...
poderia ser lua em úmida
noite escura.
NeyMaria Menezes
2006
sexta-feira, 15 de setembro de 2006
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Sur la métamorphose...
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Adormecências...
domingo, 10 de setembro de 2006
A poda de inverno, finda a primavera...
Desda noite de ontem, seis e cinco,
é só punhado de umas poucas cinzas,
à espera da língua do vento,
um galho, que era verdolengo ainda
quando pego, término de setembro,
amanhecida a flor primeira;
a que viera explêndida, simbólica
e desabrochara violácea
- na pêncil ramagem da primavera -
em tonalidade presságio.
NeyMaria Menezes
maio de 2006
IMAGEM:
de Ralph Gibson
Foto de divulgação da exposição
Photo Americaine, no galeriechateaud'eau.org
Sem vento, na calmaria...
Hoje soube.
Você não vem.
Nunca; sempre.
Não atracou o nosso veleiro.
Nem cheguei a batizá-lo
com muitas águas-ardentes
- nascido o sol - e antes da
descida areia 'té o sal;
não foi buscada sua carta
de mestre-arrais, patrão
de barco, homem do mar.
Nunca se largou aos ventos.
Não preenchemos, inteira,
uma tarjeta de apostas,
das que corriam
- próximo sábado -
ao meio-dia.
hoje, sempre;
nenhum porto viu-lhe a proa.
NeyMaria Menezes
São Paulo, junho de 2006
IMAGEM:
Foto por Noémi [gypsygrrrl]
no flickr.com/photos/gypsygrrrl/112294975
Vivências...
Ao sol de cada levante
aquece-se o muito esperado.
Acorda e bebe do orvalho
sobre as folhas, e ocos de
taquaras;
dança a canção dos ventos,
e colhe
os mais delirantes trinados
das teclas, já gastas, do miocárdio.
Mastiga o pão dos meus trabalhos
regando-me, generosamente,
ao tempo da estiagem.
NeyMaria Menezes
São Paulo, agosto de 2006
IMAGEM:
"A flame in the dark"
de Tarique Sani
no photolog http://se.nsuo.us/
via bookmarks-Yahoo
sábado, 9 de setembro de 2006
Um dia, para querências...
Notícias, na manhã...
sexta-feira, 21 de julho de 2006
Imagem de Salustiano Garcia
http://www.periferica.org/numero08/p02a.html
"A POESIA
SE NÃO FOR O LUGAR ONDE
O DESEJO OUSA FITAR A MORTE NOS OLHOS,
É A MAIS FÚTIL DAS OCUPAÇÕES."
Eugénio de Andrade
http://www.fundacaoeugenioandrade.pt/
domingo, 16 de julho de 2006
A borboleta e a pedra; as visitantes
A borboleta e a pedra;
as visitantes
Vêm assim
pela orla
pelas cercanias da jornada.
Na abertura da luz
a que faz rendas
pondo sombras de samambaia
sobre a brancura do reboco
e pingos de ouro
nos bordos das cabeças,
ao tempo em que descobre
os montes, tirando-lhes o capuz.
Nela
é que me chega:
trazendo novos seus trajes de menina
tilintos nas pulseiras
um colorido no rosto
frescor no sorriso. É tão benvinda.
E alvas aromáticas
coroam as hastes da dracena.
Esta é a fronteira matutina, as primícias do dia.
Uma água de cheiro, adocicada,
arrodeia a dama sua, das pétalas à corola;
alvíssima.
E é a franja noturna, esta que inicia a ronda da lua.
Quando, tímida, lume a alvura
a que torna serena
a melancolia da Vênus/estrela
e abriga, em quietude, pássaros
e pipilos;
à lucilente, nela, a companheira
- vêmo-nos sempre -
vestida de recolhimento
tranqüila e sem adornos, num mover macio
achega-se; dá-me seu braço
a conhecida minha. Leva-me até ao sítio
do silêncio.
Ouço-as, ambas as cantigas, essas visitas.
Só da voz, deixam prova fugidia,
e esforço-me.
Tento revê-las
em contornos
na beleza das formas
reter delas
o instante, matizes todos
dessa fulgurância melódica e efêmera.
Tento loucas metamorfoses.
Moldá-las nas fôrmas das letras
tatuá-las na memória
assentar a clara formosura,
d'uma branca borboleta pousada sobre pedra,
em meio à paisagem crua.
NeyMaria Menezes
2006
Imagem: "Papillon"
de Ji Krabouille,
no jikrabouille.info/blog