Imagem: foto de David Fokos, no sítio davidfokos.web.aplus.net
SONHAMOS
UM SONHO IGUAL.
EM HORAS QUE, A MANHÃ, LUZ
NEM MESMO A ALCANÇARA, NOS DEMOS
COM O ESTADO DE COISAS
SEGUINTE:
CHEGARAMOS, OS DOIS,
EM CRUA SURPRESA,
UM AO, D'OUTRO, PASSADO.
E, DELE, UNICAMENTE
NOS VIMOS PARTE,
AMBOS, NELE, ENLEADOS
A NOS VER FACE A FACE.
ATRAVÉS DA NÉVOA AMANHECIDA EM
UM DESTES ONTENS,
RASTEJANDO, O AMOR
SE FORA.
CALADO,
O CANSAÇO DOS PREGADORES
SEM PÚBLICO
ÀS COSTAS DESCARNADAS,
AGONIZANTE POR DESCASO,
FORA-SE EMBORA
DESPERCEBIDO
TAL QUE, TANTOS ONTENS, E NEM ASSIM
NOS DERAMOS CONTA.
AO MAL AMANHECIDO HOJE,
NA COPA DESACONCHEGANTE,
À LÂMPADA FLUORESCÊNTE
ENCONTRAMOS - DOIS PONTOS, A SABER -
: A RAIVA
SUBINDO DO FERVIDO LEITE,
LAMBUZANDO AS TORRADAS,
RÂNCIDA MÁGUA,
RANCOROSO, O CAFÉ COM AMARGA OFENSA.
SENTADO À MESA,
E JÁ FAZ TEMPO GRANDE,
INOBSERVADO,
O DESAFETO.
ESTE, BEM CEDO, NEM BEM RAIARA,
DESCOLORIDA,
CERTA MANHÃ SOB LUA CINZA,
DEU-NOS,
NÃO UM BOM DIA, UMA VISTA
QUE REPINTARA, SIM,
ISTO ELE DEU.
DUPLICADA, FICOU
NOS TRAVESSEIROS.
SEQUENTE, EM HORAS QUE, LUZ,
SEQUER FORA ALCANÇADA,
SUCEDENDO-SE IGUAL,
EMBRUSCADA E ÚMIDA,
NESTA UMA
SONHAMOS O PARAISO
NA COINCIDÊNCIA
DO LONGE MAIS
LONGE DAQUI.
Ney Maria Menezes