quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Sur la métamorphose...


"Le monde de l'art n'est pas un monde
d'immortalité
mais,
de la métamorphose"
ANDRÉ MALREAUX
Imagem:
Foto de CHEMA MADOZ,
no Guide des expositions paris-art.com
divulgada por cortesia da Galerie E.Woerdehoff

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Adormecências...




Algumas noites são bem frias.
Vem a tremura
roxo na pele
contrai-se o peito
se desfalece.
O amor não morre.
Algumas vezes,
ele adormece.
Algumas tardes são mais tristes.
Se há neblina
missa de exéquias
ou seca-se o oásis
o encanto quebra.
O amor não morre.
Vela-se em trevas
vira saudade.
NeyMaria Menezes
setembro de 2006
IMAGEM:
Foto de José Julian Martí Monteiro

domingo, 10 de setembro de 2006

A poda de inverno, finda a primavera...


Desda noite de ontem, seis e cinco,
é só punhado de umas poucas cinzas,
à espera da língua do vento,
um galho, que era verdolengo ainda
quando pego, término de setembro,
amanhecida a flor primeira;
a que viera explêndida, simbólica
e desabrochara violácea
- na pêncil ramagem da primavera -
em tonalidade presságio.


NeyMaria Menezes

maio de 2006

IMAGEM:

de Ralph Gibson

Foto de divulgação da exposição

Photo Americaine, no galeriechateaud'eau.org

Sem vento, na calmaria...


Hoje soube.
Você não vem.
Nunca; sempre.

Não atracou o nosso veleiro.



Nem cheguei a batizá-lo
com muitas águas-ardentes
- nascido o sol - e antes da
descida areia 'té o sal;
não foi buscada sua carta
de mestre-arrais, patrão
de barco, homem do mar.

Nunca se largou aos ventos.

Não preenchemos, inteira,
uma tarjeta de apostas,
das que corriam
- próximo sábado -
ao meio-dia.
hoje, sempre;

nenhum porto viu-lhe a proa.



NeyMaria Menezes
São Paulo, junho de 2006

IMAGEM:
Foto por Noémi [gypsygrrrl]
no flickr.com/photos/gypsygrrrl/112294975







METAMORPHOSE: A BRANCA BORBOLETA SOBRE A PEDRA NUA


LAYOUT
DE
ANA CAROLINA
IMAGEM
DE
JI KRABOUILLE
TEXTO
DE
NEYMARIA MENEZES

Vivências...


Ao sol de cada levante
aquece-se o muito esperado.

Acorda e bebe do orvalho
sobre as folhas, e ocos de
taquaras;

viaja as léguas da solidão
pelas trilhas, seja dia ou vasta sombra...

dança a canção dos ventos,
e colhe
os mais delirantes trinados
das teclas, já gastas, do miocárdio.

Mastiga o pão dos meus trabalhos
regando-me, generosamente,
ao tempo da estiagem.



NeyMaria Menezes
São Paulo, agosto de 2006

IMAGEM:
"A flame in the dark"
de Tarique Sani
no photolog http://se.nsuo.us/
via bookmarks-Yahoo