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Imagem: "Two women" de Bill Viola
videoarte exposta no Museu Picasso Málaga,
fotografada por Kira Perov (edição:moldura
acrescentada a foto por mim)_foto via
blogdofabre.ig.com.br/
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de SYLVIA PLATHeSPELHO/ESPELHoVINICIUS DANTAS tradutor
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Sou prata e exato. Eu não prejulgo.
O que vejo engulo de imediato
tal qual é, sem me embaçar de amor ou desgosto.
Não sou cruel, tão somente veraz –
O olho de um deusinho, de quatro cantos.
O tempo todo reflito sobre a parede em frente.
É rosa, com manchas. Fitei-a tanto
que a sinto parte de meu coração. Mas vacila.
Faces e escuridão insistem em nos separar.
Agora sou lago. Uma mulher se inclina para mim,
buscando em domínios meus o que realmente é.
Mas logo se volta para aqueles farsantes. O lustre e a lua.
Vejo suas costas e as reflito fielmente.
Ela me paga em choro e agitação de mãos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã sua face reveza com a escuridão.
Em mim afogou uma menina, e em mim uma velha
salta sobre ela dia após dia como um peixe horrendo.
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poema lido
no WWW.culturapara.art.br/opoema/sylviaplath/sylviaplath.htm