segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ESPELHO de Sylvia Plath

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Imagem: "Two women" de Bill Viola
videoarte exposta no Museu Picasso Málaga,
fotografada  por Kira Perov (edição:moldura
acrescentada a foto por mim)_foto via
blogdofabre.ig.com.br/
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de SYLVIA PLATHeSPELHO/ESPELHoVINICIUS DANTAS tradutor








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Sou prata e exato. Eu não prejulgo.

O que vejo engulo de imediato

tal qual é, sem me embaçar de amor ou desgosto.

Não sou cruel, tão somente veraz –

O olho de um deusinho, de quatro cantos.

O tempo todo reflito sobre a parede em frente.

É rosa, com manchas. Fitei-a tanto

que a sinto parte de meu coração. Mas vacila.

Faces e escuridão insistem em nos separar.



Agora sou lago. Uma mulher se inclina para mim,

buscando em domínios meus o que realmente é.

Mas logo se volta para aqueles farsantes. O lustre e a lua.

Vejo suas costas e as reflito fielmente.

Ela me paga em choro e agitação de mãos.

Sou importante para ela. Ela vai e vem.

A cada manhã sua face reveza com a escuridão.

Em mim afogou uma menina, e em mim uma velha

salta sobre ela dia após dia como um peixe horrendo.

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poema lido
no WWW.culturapara.art.br/opoema/sylviaplath/sylviaplath.htm