"The Snake Charmer"
de Henri Rousseau
Fada Lua
adornada
renda, gaze e cetim
faz de conta...
>*<
Sejam pérolas
cada flor e toda pétala
em botão
ou já aberta
da eugênia, ninféia, lantana...
Lua desenha
asas de anjo
querubins
infinitas liras poéticas
miúdos círios de promessa
no telheiro
na lembrança
na murada...
E veste um manto espelhado
com vidrilhos recoberto
na lagoa
na tristeza
no cimento...
Finda a tarde à sexta hora
na fosca solenidade
desse instante
flecha o assombro:
se alteia e assopra
acendendo, de repente
- feito letras num bilhete -
pirilâmpos
céus abaixo
sobre a terra
e, também, dentro dos olhos.
>*<
Deixamos que fosse assim.
>*<
Enganamo-nos.
Qual senha era, para quando
como e donde o ponto
em equívoco, reuniram-se.
Em meio às sombras das ramagens
sob lanternas delicadas
dormimos - desencontramo-nos -
em desconhecidos cantos
ocultos no coração
d'um jardim, belo e improvável.
NeyMaria Menezes
outono de 2006
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