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Imagem: via página de Verónica Angélica no facebook
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A ferida,
várias vezes
em que esfole e se perfure
são precisas
a que se escancare,
se abra sem remédio,
e vase e escavaque
a memória,
posto que, à mostra
sob o sol
sem ter parte
com descanso,
aumenta o peso ao pescoço
e, intermitente,
chora o sangue
que escritura a sua história,
enquanto não vem
a noite que encobre
pensamentos
e contornos.
Sendo nada além
que algumas gotas a mais
em meio ao escuro,
se diluem
entre fontes,
pequenas cascatas
e outras
excreções do cotidiano;
só então rumam para o rio,
para o esgoto,
para o fundo, como tudo
que desce mais denso
que as vagas do oceano.
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Santana de Parnaíba
17 de abril 2012
NeyMaria Menezes