segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O PORTAL; UMA PAUSA





O portal, a parda muralha;
fronteira em frente, cerca e ali
se fina.

A pausa: o pasmo trespassa pedra, tampão e fim.
Feito tal fazem os anjos,
a repentina luminescência pronuncia-se;
com fraqueza principia: fosse assim poeira ou chuvisco,
os respingos vazantes d'uma sonora ninharia,
banal e barata, o quanto vale a falsa prata,
mui' ralada em travessias
- foram áridos séculos... e desertos tão antigos -
faz-se corpo; faz-se luz.
Magia:
provindo de tão rota tessitura, recria-se.
Claro, um canto domina:
Saudo-te; da parte do qual pra ela é olhar e guarida,
felicidade, te é dita.

No anverso, oposto campo de mensurada linha,
- ignorado quando, longe/perto não definido -
Germina:
o silente conduz auroras,
sopra um sonho, a estrela-guia.

São Paulo, 26 de agosto de 2007
Ney Maria Menezes