REGRESSANDO
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como se levantaria pela manhã, o homem
sem o deslembrar, a noite que desfaz o rastro?
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"elogio do esquecimento" - fragmento -
bertold brecht
Oscilando
da metade alerta
à meia sonolência,
magra idéia
sobre ser,
deslembrar,
benção, quão
limitação, por
desconhecimento.
Alivia, quiça
expurgando
ou amortecendo ou
pondo vendas,
sendo quando some tudo,
não se enxerga,
sendo escuro e ignora-se.
Considerando-se o quanto
sobra do início à
"elogio do esquecimento" - fragmento -
bertold brecht
Oscilando
da metade alerta
à meia sonolência,
magra idéia
sobre ser,
deslembrar,
benção, quão
limitação, por
desconhecimento.
Alivia, quiça
expurgando
ou amortecendo ou
pondo vendas,
sendo quando some tudo,
não se enxerga,
sendo escuro e ignora-se.
Considerando-se o quanto
sobra do início à
tenra idade,
com significado
tem-se escassas, umas cenas
tem-se escassas, umas cenas
agarradas a
sentimentos, e
sentimentos, e
menos que a dezena,
é a soma dos nomes
com semblante,
defendidos
por recordações esparças,
não datadas,
inexatas.
A menoridade que,
nem impressões, nem palavras,
ostenta em volumosa quantia,
pode rir
pouco após, a raiva,
desaguá-la em grossa lágrima,
a igual passo em que pode,
a puerícia,
quase não saber
nada do como agem
e dizem, mãe e pai;
dos dois, só
reter-lhes o olhar.
De semelhante processo,
que olvida mais que retrata, a
meninice, porquanto
pertença, também
ainda pode
apenas fazer mágica. Basta
uma piscada e
casos,
ditos e atos
factuais, uma vez
perfectivos, vez em vez,
destes acabados,
tantos, um
que se cria
os deixa, consumando,
apagarem-se.
À isto,
algum dia,
viajam
quem insone
e quem nunca esquece,
para si dentro dos começos,
de regresso.
*
Santana de Parnaíba
agosto 2009
Ney Maria Menezes
* O *
¨¨ * * *¨¨
defendidos
por recordações esparças,
não datadas,
inexatas.
A menoridade que,
nem impressões, nem palavras,
ostenta em volumosa quantia,
pode rir
pouco após, a raiva,
desaguá-la em grossa lágrima,
a igual passo em que pode,
a puerícia,
quase não saber
nada do como agem
e dizem, mãe e pai;
dos dois, só
reter-lhes o olhar.
De semelhante processo,
que olvida mais que retrata, a
meninice, porquanto
pertença, também
ainda pode
apenas fazer mágica. Basta
uma piscada e
casos,
ditos e atos
factuais, uma vez
perfectivos, vez em vez,
destes acabados,
tantos, um
que se cria
os deixa, consumando,
apagarem-se.
À isto,
algum dia,
viajam
quem insone
e quem nunca esquece,
para si dentro dos começos,
de regresso.
*
Santana de Parnaíba
agosto 2009
Ney Maria Menezes
* O *
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Foto de Olegito
via poetrycafé.weblog