terça-feira, 20 de abril de 2010

DO AMOR * JORGE VICENTE

*
Foto de
Eric Kellerman

DO AMOR


XVI
se te aproximares de silves, a bem-amada,
destapa os olhos e cresce na promessa
do mar. atrás de ti, a planura é apenas um
ajuntamento de almas não se ouvem as
vozes, mas eu sei que a ausência é um
sentimento forte, ainda que seja verão
e o campo cresça ao raiar da vindima
não cantes a vontade que te faz pertencer
ao passado o país não se inventa nos
teus gestos nem nos meus nem nos poemas
que porventura escreveres em memória
silenciosa.
abraça apenas a bem-amada silves e ouve
a procissão a passar. destapa os olhos
e repara que da cidade antiga só resta
o castelo e a cisterna as ruas de pedra
e o célebre poema de al'mutamid.
as pessoas, elas passam como passa a água
do arade, sem um destino certo.
o resto da cidade só é teu quando te
abandonares e te esqueceres que existem
casas e que a cisterna fica cá em baixo,
sob a alçada do tempo já descoberto.
só assim o mar te será prometido
Jorge Vicente
*
poema lido no grupo
amantesdasleituras-Yahoo



segunda-feira, 19 de abril de 2010

PERCEPÇÃO

Imagem: colagem
de fotos da web
Os direitos são dos autores dos originais
- uso não comercial -
*

*Se aquieta e repousa,
se iluminam sonhos e entes
frente ao olho imóvel.



*

NeyMariaMenezes
Santana de Parnaíba
2010