domingo, 26 de dezembro de 2010

NOTAS D'UMA CORDA TENSA

*imagem do mural do Photodonuts no Facebook*

*
NOTAS
D'UMA CORDA TENSA
À um fio, pendente
de alfa à ômega,
sou semelhante;
correto, o meu nome,
porém,
não sei.
Sobre minha estreiteza
o arco do céu
desce seus braços,
abaixo,
 a terra, a cratera afunda;
de uma à outra beira
sua, sou
a corda fixa, e,
se venta a deredor,
oscilo.
Em causa disto
mergulho, mas,
em contrabalanço,
me contrario
e subo;
minhas mudanças
- leste a oeste -
ressôo.
Lanho e grunhido,
a contorção os provoca,
as vezes, melodia;
pagam-se as trocas
com a porção que para trás
fica, as vezes,
um diamante é o que resta.
Reavendo-me em meio à divergência
prossigo
cabo de guerra.
Tensa, ainda de viés
um toque
me comove e me tange
o tempo; sei
de seus minutos
que se encaminham ao silêncio.
Hoje, pessoa presente,
me mostro careteira
ás crianças,
minto para mascarar dor
ou enfado,
depois riu para 
e de mim mesma, pois,
o dia inteiro, ludibriar-me,
nem tenho achado
motivo.
O que há de chegar
à diante, imagino,
ciente que, perder, pode-se
todos e tudo,
como,por enquanto,aqui
estou;
nisto reencontro-me e
sigo fibras em nó
e tranças.
Originariamente
vibrátil, antes até que
humana, naquilo que sou,
habito.
Também alma e
criatura,
massa e
movimento ou
matéria e espírito,
d'entre ensaios,
os cito,
Mais tarde,
quem sabe...

*
Santana de Parnaíba
dezembro de 2010
NeyMaria Menezes