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imagem via www.healthdoctrine.com
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DO QUE ME COUBE
Coube-me a casa,
onde há sobra
de espaço, onde há
camas e coisas de antes
lá no despejo;
ficaram pais,
ficou irmão, como
nomes em documentos,
como a intuição
de que poderia a paz
ser um presente.
Frente ao que assim
se impôs, a paz
- quis crer – também
seria deitar,
recolhido entre
doze dobras da noite
e o fim do tempo, só,
em benéfica falta
de cores, comoções
ou movimentos.
Vou conservando
a minha crença
recolhendo a mim mesma
à sombra
que não tem chave,
não abre janela,
e falo apenas
por signos mudos,
para não se ir
a calma,
nem despertar
nenhum
agudo grito.
Coube-me a pá
com que fazer descer
o pó até coser-se
às bordas a coberta,
até ater-se,
definitivamente,
tudo a seu termo.
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Santana de Parnaíba
28/03/2012
NeyMaria Menezes