Medonha, a
cabeça,
e amaldiçoada
com presas sem conta em
volta da calva, uma
espinheira cerce ao
crâneo que se ergue
eriçada e
peçonhenta circundando
a cara escabrosa
onde órbitas
e aletas se escancelam,
onde enchem
as ponteiras dos dentes o
redor da boca,
na qual se mexe
na qual se mexe
a cólera
desque, longe das vistas,
foi posta,
e na qual é seta a língua
revoltosa desque
mora distante mais que os outros,
e, nela, ácido é o
hálito da vingança.
Antiga,
sulfurada, tão estúpida,
é angusta,
enquanto incógnita,
e corroe as víceras
a, de cura, desenganada,
a doida incandecente,
a dor desmesurada
que se encravelha na inconfessa
úlcera da Medusa.
*
Ney Maria Menezes
6 de novembro 2009
Santana de Parnaíba
*
Medusa,
via jornale.com.br, imagem postada por A.Ganesha
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