sábado, 23 de janeiro de 2010

NOTURNAL

foto de Alfie Goodrich no flickr







O pátio,
um negror sob
a escuridão:
são uma noite e

onze dedos, o torno

em volta do pescoço;

o pássaro,

um grito lentamente

sangrando

sob jovens mãos
disformes.




Mãos, pés e
os dois rostos,

estes aberrantes ,
todos
naquele branco

na folha de papel

se encontram nos imprecisos
contornos. Lá estão,
qual significantes,

eles apenas, e
apenas estão.




Onde dói, ao fundo do pátio

contra o muro da noite,

é o fim do corpo.



*



Ney Maria Menezes

2009, Santana de Parnaíba














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