terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PREFÁCIO A UMA AGENDA DE MENINA

Para
Veridiana
Colha minha menina,
colha, com mãos em concha,
as brancas possibilidades
que afloraram agora pouco.
Porquanto há folhinhas,
cor de ouro ou terracota
se no auge, o outono, e são elas
viageiras ondulantes
e são aves, quando verdes e,
o verão, o ameniza
o assopro que, na pele, sentem
se arrepiando, daí seguem,
em um vôo temerário,
a viração que lhes faz cócegas
a tarde inteira,
elas, um' a uma,
as chame pelo nome.
Corra também por seus itinerários,
assobie e lhes conte histórias
de encanto
para que, elas, afinal pousando,
se entreguem ao sólido sobre as covas
dos havidos qual rebentos, e então,
os protejam, os alimentem.
Assim, os plante.
A cada vez
do solstício de inverno,
conserve, com seriedade, as reais
sementinhas, catalogadas.
Ao sonido dos ares
de primavera,
considere as eclosões adventícias
do acaso
extraordinário
inesperado.
Ney Maria Menezes
21 de fevereiro de 2008
Santana de Parnaíba








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