quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

APÓS O ÚLTIMO DIA

imagem: "Carmine" de Natalia Shau




À sombra de um engano

há um desejo tolo que

consente




I. Após o último dia



E caso qualquer coisa
amostre dar no mesmo
o tanto que importa e
quanto, anódina, a nada
serve, será isto
anúncio
de haver-se posto em moção
a discrepância
de não dar mais,
sombra e sol, e sequer
o sete-estrelo, o arco celeste,
amostra, nenhum destes,
de ser diferenciável pelas
necessidades da paisagem hirta.
Cegas e secas
estátuas,
parecem
aléia e capoeira,
o ribeiro e
o bosque
- ermos desditosos, decaídos -
se perdendo, pois desamantes,
posto desafetos, e junto
e tal
a estes, invalidados,
se perdem,
justo naquela hora,
o impulso,
o passo decisivo,
a rota do tesouro.
Isto virá,
sendo suficiente acender
o dia
- só um dia -
após
ver-se esvaziada
a vontade, velha quão a serpe,
de chegar até ao céu...
Ney Maria Menezes
Santana de Parnaíba










Nenhum comentário: