quarta-feira, 18 de julho de 2012

DESEMBRENHAR



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Foto de Sol Casal

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DESEMBRENHAR
Para que comece,
o chamo. Nomeio
com o primeiro vocábulo
 que aparece-me
parecendo-se com ele;
faísca o invocado e
guia o peneirar do que, no é,
não deve estar.
Começo; ainda nem tenho 
 por certo aquilo que penso,
mas eu salto
para o nome, o suposto,
 e ponho-me em risco
pensa pelo fio 
tensionado polo a polo,
da ponta do meu faro até
a cara por detrás desse aposto,
e movo-me de rastos
se pressentir
 que lho surpreendo.
Preparo
a subida do pano
sem pressa.
Preparo
os limites do corpo
a cada um dos lampejos.
Preparo-me.
É o parto e,
então, algo 
que eu disser,
poderá me surpreender.
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